Amanda começou no jiu jitsu pelas mãos do pai, mestre respeitado no esporte, e líder da Ribas Family, equipe que revela atletas nas artes marciais para os maiores eventos de lutas do Brasil e da Europa. “Ia com ele para a academia desde pequenina, fui pegando gosto, fazia parte de minha rotina. Quando vi, já estava competindo, e ganhando tudo”, diz com o sorriso meigo característico no rosto. “É que eu só treinava com meninos, e quando chegava nas competições, parecia tudo muito fácil. Até que um dia me botaram para competir com os meninos. E continuei ganhando!”, conta em meio a uma gargalhada gostosa.
A menininha que ganhava todas as medalhas em competições de lutas foi ficando mocinha e veio a dúvida: “luta é coisa só para homem?”. No embalo das amiguinhas da época, foi fazer jazz. Dançou por dois anos, brilhou nas apresentações e nos palcos, emocionou papai, mamãe, tios e avós. Mas a mocinha queria mais. E já via o irmão mais velho viajando e competindo sozinho. “Não aguentei. Cheguei para o meu pai e falei de uma vez: quero lutar”.
Marcelo Ribas, reconhecido descobridor de talentos, sabia que a filha podia ir longe. E de cara botou a menina de volta ao tatame. Jiu jitsu e judô. E aí veio a explosão. Amanda se destacou muito e foi integrar a equipe do Minas Tênis Clube. Medalha, medalha, medalha... Não tinha mais onde guardar. Ganhou estaduais, nacionais, classificou-se para as seletivas olímpicas e circuitos europeus. E viu o mundo desabar.
O drama veio em forma de lesão. A carreira meteórica foi interrompida por duas lesões gravíssimas nos joelhos. A alegria do pódio foi trocada pela incerteza da sala de cirurgia. Tristeza. Sofrimento. Pesadelo. A conquista do mundo inteiro se resumia agora a um leito em sua terra natal, a Varginha, aquela do café, a dos meninos que apanhavam dela quando pequenos, e que agora adolescentes, torciam muito para a amiga que estava começando a ficar famosa.
Duas cirurgias e muita fisioterapia, a afastaram dos treinos e competições entre 2012 e 2013, mas valeu a pena! Ela não decepcionou. Superou tudo. Voltou aos treinos e encarou um desafio maior. “Pai, quero lutar MMA”, profetizou. Ribas, o pai, num misto de susto e orgulho, topou na hora. E a garotinha atropelou. Foi a Vegas e venceu o campeonato mundial de MMA amador. Deixou os gringos enlouquecidos!
Um dos mais respeitados sites de luta do mundo, divulgou recentemente uma lista das 15 esperanças brasileiras no MMA, nesta fase pós Anderson Silva, Minotauro e Vitor Belfort. Quatro são mulheres. Jéssica Bate Estaca, Viviane Sucuri, Ketlen Vieira e Amanda Ribas.
Faixa preta de jiu jitsu e de judô, colecionou vitórias nos maiores eventos brasileiros. E veio o convite para treinar na respeitada American Top Team, onde está desde o ano passado. Este ano foi contratada pelo UFC.
Amanda fala da importância da Fisioterapia para uma atleta de elite
O vídeo abaixo me emociona muito, pois mostra uma história de superação! Ter feito parte disso, como fisioterapeuta, me enche de orgulho.