Uma das primeiras perguntas de um corredor ao iniciar o tratamento de uma lesão é: "Em quanto tempo vou ficar bom?" A ansiedade para resolver o problema e voltar para as corridas é muito compreensível, porém infelizmente não existe uma resposta exata para essa pergunta, pois o tempo do tratamento depende de vários fatores pessoais de cada caso.
Diferente de um tratamento pós-operatório, que normalmente é protocolado e tem um tempo pré-determinado para acabar, as lesões na corrida possuem evolução mais complexa. A duração do tratamento vai variar segundo a gravidade da lesão, a disciplina do corredor em seguir as orientações propostas e a resposta individual do corpo aos recursos utilizados.
A variação do tempo de tratamento devido à gravidade da lesão muitas vezes leva o corredor a comparações e frustração. Por exemplo, a Fascite plantar, dor na sola do pé, e canelite estão entre as lesões com tratamento mais demorado. Então, se sua inflamação estiver pior do que a do seu amigo com a mesma patologia, o tempo de tratamento será maior mesmo.
As lesões em corredores infelizmente são muito frequentes. Estatisticas mostram que mais de 70% das pessoas que praticam corrida já sofreram alguma lesão. Um grupo de estudos sobre lesões na corrida formado por brasileiros publicou em uma das principais revistas internacionais sobre o assunto quais são as principais lesões que atingem os corredores. É claro que existem vários tipos de lesões, mas essa pesquisa visou apontar as pricipais. Para isso eles revisaram vários estudos e analisaram conjuntamente o resultado de 3500 corredores.

Em relação ainda à gravidade da lesão, alguns problemas têm sabidamente tempo de tratamento maior do que os outros. As patologias de tratamento mais demorado costumam ser a fascite plantar, que gera dor na sola do pé, e a canelite, lesão na perna.
Seguir as orientações propostas pelo fisioterapeuta também irá influenciar muito o tempo de tratamento, e nelas pode estar inclusa alguns dias ou semanas sem correr. Essa com certeza é a orientação mais difícil a ser seguida, mas se foi dada, é por um bom motivo. Um tempo de descanso pode ser necessário para acelerar e possibilitar uma boa recuperação. Instruções sobre exercícios a serem feitos em casa também irão acelerar o processo de tratamento.
Além de entender a gravidade do problema e ser disciplinado, é preciso também saber que cada corpo reage de forma diferente ao tratamento. Alguns casos respondem mais rápido e outros de forma mais lenta, devido às peculiaridades biológicas de cada um. Porém, não é normal que não haja melhora por muito tempo.
Na maioria dos casos, após duas semanas de tratamento já é possível ver alguma evolução no problema. Caso isso não esteja acontecendo, é necessário que a conduta seja revista. Não adianta fazer a mesmo procedimento por 20 sessões se ele já não está mostrando resultados.